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Tratamento Crack


O que é o crack?

O crack é uma forma distinta de levar a molécula de cocaína ao cérebro. Sabe-se que a cocaína é uma substância encontrada em um arbusto originado de regiões dos Andes, sendo a Bolívia, o Peru e a Colômbia seus principais produtores. Os nativos desta região mascam as folhas da coca desde antes da chegada dos conquistadores espanhóis no século XVI. No século XIX, a planta foi levada para a Europa onde se identificou qual era a substância que provocava seu efeito. Esta foi, então, chamada de cocaína.

A partir daí, processos químicos passaram a ser utilizados para separar a cocaína da folha da coca, gerando um pó branco, o cloridrato de cocaína. Desde o século XIX, este pó branco é utilizado por usuários de cocaína seja por meio de sua inalação nasal, seja dissolvida em água pela sua injeção nas veias. Utilizando diferentes processos de fabricação, além do pó branco, podem ser produzidas formas que podem ser fumadas. São elas: a merla, a pasta de coca e o crack.

Estas diferentes formas de administração da molécula de cocaína (inalada, injetada ou fumada) têm efeitos distintos no indivíduo. Quando a droga é fumada, isto faz com que grande quantidade de moléculas de cocaína atinja o cérebro quase imediatamente produzindo um efeito explosivo, descrito pelas pessoas que usam como uma sensação de prazer intenso. A droga é, então, velozmente eliminada do organismo, produzindo uma súbita interrupção da sensação de bem-estar, seguida, imediatamente, por imenso desprazer e enorme vontade de reutilizar a droga. Esta sequência é vivida pelos usuários com um comportamento compulsivo em que os indivíduos caem, com frequência, numa espiral em que os atos de usar a droga e procurar meios de usar novamente se alternam cada vez mais rapidamente. Outra diferença entre o crack e a cocaína em pó é que, para os produtores de drogas, o crack é muito mais barato. Em resumo, o crack é uma forma muito barata de levar as moléculas de cocaína ao cérebro em segundos provocando efeito muito intenso.

Crack – uma droga poderosa:

O Crack é uma substância proveniente do resultado da mistura de cocaína e substâncias alcalinas, como o bicarbonato de sódio. Seu ponto de ebulição é baixo por ser de natureza básica e por isto pode ser fumado. O aquecimento desta mistura provoca precipitação de cristais de cocaína. São fumados em cachimbos.

O crack é a maneira mais prejudicial do uso da cocaína, ganhando largo espaço entre os dependentes, formando um quadro preocupante na saúde pública, tal qual, ou pior, do que já o é o uso da cocaína.

O que mais se tem percebido é a mudança do uso comum da cocaína para a administração do crack, sendo hoje uma das principais drogas que causam a morte, além dos fatores diversos, como desemprego, sofrimento psíquico e degradação familiar, social, moral etc.

Especialistas que conhecem a fundo os efeitos do crack no organismo dizem que não basta uma tragada para que o usuário fique viciado, mas tornar-se um dependente químico é um processo rápido. Fazer o caminho contrário, contudo, é muito difícil, porém é necessário um tratamento para crack.

Como já foi dito, o crack funciona como uma versão barata da cocaína. Em ambos os casos, há a diferenciação do querer e do gostar: muitos ultrapassam a fase do uso em que virtude do gostar, mas continuam se valendo porque querem e precisam da droga. Isto ocorre porque ambas as ocasionam déficit cognitivo, diminuindo o discernimento do indivíduo. Além desses problemas, é comum, também, os usuários se valerem de outras drogas, como álcool e maconha.

O Crack é uma droga poderosa, capaz de mudar o comportamento do indivíduo deixando-o pouco disponível para o tratamento de crack. Além disso, apesenta alta taxa de mortalidade, especialmente durante os primeiros anos de consumo.

Crack – O Desafio deste século

O abuso do crack é um desafio por suas consequências agudas e crônicas nas esferas física, psíquica e social:

Esfera Social

Agravamento das precárias condições sociais de população vulnerável, como crianças e adolescentes.

Maior envolvimento com o tráfico, atos ilegais, prostituição e violência.

Problemas familiares graves.
Marginalização do usuários dependentes, sendo inclusive causa de muitos assaltos e roubos, para que este consiga a droga.

Esfera Psíquica

Rapidez de desenvolvimento de dependência com grande compulsividade

Abstinência marcada pela instabilidade, impulsividade e agressividade

Desencadeamento ou agravamento de comorbidades psíquicas como ansiedade, depressão e quadros psicóticos

Esfera física

Desnutrição

Problemas Cardiovasculares e Pulmonares

Problemas e danos Neurológicos

Exposição à AIDS e DST

A chegada do crack ao Brasil: os primeiros dez anos

Há poucos relatos sobre como o crack chegou ao país. As poucas informações são geralmente provenientes da imprensa ou de órgãos policiais.

As apreensões de crack realizadas pela Polícia Federal se iniciaram a partir dos anos de 1990 aumentando 166 vezes no período de 1993 a 1997, enquanto apreensão da pasta básica, no mesmo período na Região Sudeste, aumentou 5 vezes. Algumas evidências apontam para o surgimento da substância em bairros da Zona Leste de São Paulo (São Mateus, Cidades Tiradentes e Itaim Paulista) para, em seguida, alcançar a região da Estação da Luz (conhecida como Cracolândia) no centro da cidade.

Levantamentos epidemiológicos não detectavam a presença do crack antes de 1989 - tomando os meninos em situação de rua como exemplo, não havia relato de consumo até o referido ano.

Os serviços ambulatoriais especializados começaram a sentir o impacto do crescimento do consumo a partir do início dos anos 90, quando em alguns desses serviços a proporção de usuários de crack pulou de 17% (1990) para 64% (1994), entre os dependentes de cocaína que buscavam tratamento para crack.

A primeira investigação sobre o consumo de crack no Brasil foi um estudo etnográfico realizado no município de São Paulo, com 25 usuários vivendo na comunidade. Os autores relataram que o aparecimento da substância e a popularização do consumo tiveram início a partir de 1989. Perfil dos pesquisados: homens, menores de 30 anos, desempregados, com baixa escolaridade e baixo poder aquisitivo, provenientes de famílias desestruturadas. Estudos com usuários de diversos serviços da capital paulista retrataram um perfil semelhante.

A mortalidade atingiu uma porção considerável desses usuários: 18% de uma amostra de 131 pacientes internados para desintoxicação na cidade de São Paulo morreram nos cinco anos que sucederam à alta, sendo os homicídios a causa mais frequente.
Um amplo levantamento epidemiológico em Belo Horizonte (MG) chegou à mesma conclusão: uma relação intrínseca entre homicídios e crack, tendo o tráfico de drogas como o motivador das mortes. A relação entre o tráfico de drogas e o aumento das taxas de homicídio também foi documentada por estudos em outras capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Crack no Brasil – Atualidade

O histórico do uso de crack no Brasil passou por consideráveis mudanças nos últimos vinte anos e se tornou uma realidade grave e perene que necessita de soluções específicas e com durabilidade semelhante.

Nas duas últimas décadas, houve crescimento importante do consumo de crack no Brasil e no mundo, tornando-se um problema de saúde pública.

Um fenômeno, pelo impacto individual e social que causa, inúmeros estudos correlacionam o consumo desta droga ao aumento da violência e criminalidade. O tratamento de crack é difícil e tem desafiado os especialistas, mas algumas intervenções têm apresentado resultados promissores.

O perfil de seus consumidores, jovem, desempregado, com baixa escolaridade, baixo poder aquisitivo, proveniente de famílias desestruturadas, com antecedentes de uso de múltiplas drogas e comportamento sexual de risco, deixou de ser uma realidade única. O uso de crack vem se iniciando em idades cada vez mais precoces, alastrando-se pelo país e por todas as classes sociais, com facilidade de acesso e quase sempre antecedido pelo consumo de álcool.

Em vista disso, as políticas públicas brasileiras deveriam prevenir o consumo nessas populações, com tratamento para crack visando primeiramente a programas efetivos de prevenção de consumo de drogas lícitas e atentando para a geopolítica das drogas.

Desse modo, há necessidade de modelos de atenção capazes de reduzir o custo social das drogas e que considerem sua natureza biológica e psicossocial. Outras dificuldades encontradas pelo usuário de cocaína e crack para a busca e adesão ao tratamento de crack são o não reconhecimento do consumo como um problema, passando pelo status ilegal e a criminalidade relacionada a essas drogas, pela estigmatização e preconceitos, pela falta de acesso ou não aceitação dos tipos de serviços e tratamento de crack existentes.

O crack é uma droga que causa dependência com muita rapidez. Para o usuário se recuperar, a ajuda precisa vir na mesma velocidade. O primeiro passo é buscar ajuda de profissionais especializados e iniciar o tratamento para crack. No Brasil existem instituições que prestam atendimento tanto para a família quanto para o dependente.

Há diversas abordagens para quem deseja se recuperar da dependência do crack. Não há um tratamento para crack único, que seja apropriado para todos os casos. Há um consenso de que a dependência exige um tratamento para crack difícil e complexo, pois é uma doença crônica e grave que deverá ser acompanhada por longo tempo. Técnicas e sistemas podem ser combinados sempre que necessário, de acordo com tipo de ambiente, intervenção e serviço mais adequado para cada problema ou necessidade do paciente. Buscar a modalidade que melhor se encaixa em cada caso contribui para o sucesso na recuperação e para o retorno a uma vida produtiva na família, no trabalho e na sociedade.

É preciso diversificar as opções de atendimento e tratamento para crack, por meio da criação de equipamentos intermediários ao ambulatório e à internação, como moradias assistidas e hospitais dia (e noite)para o tratamento de crack. Além disso, é preciso integrar melhor a rede existente, incluindo um melhor entrosamento entre a rede pública e os grupos de auto ajuda e as comunidades terapêuticas que souberem se modernizar e se adaptar às normas mínimas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Tais ações de tratamento para crack são aparentemente simples, baratas, comprovadamente eficazes e poderão alterar positivamente o panorama de saúde pública relacionada a essa substância nos próximos anos.

Como outras doenças crônicas, os dependentes necessitam de longo tratamento de crack e acompanhamento.

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