
Recuperação de jovens com dependência química
Muitos dos dependentes químicos iniciaram seu relacionamento com as drogas exatamente no lugar onde se suporia que estariam mais seguros: dentro de casa. Na realidade, de acordo com a Dra. Sandra Schivoletto, psiquiatra, Coordenadora Executiva do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas e Responsável pelo Ambulatório de Adolescentes e Drogas do Departamento de Psiquiatria da USP - Universidade São Paulo, em entrevista exclusiva para esta reportagem, é em casa, em família, que as crianças aprendem como se relacionar com as substâncias químicas.
O problema, segundo profissionais como a psiquiatra Sandra, é que muitas famílias adotam um modelo de comportamento permissivo em relação às substâncias químicas, utilizando-as como alternativa para a solução imediata de suas angústias. A Dra. Sandra explica que, até o fim da infância, os pais são vistos como referência do que é certo e somente na adolescência, quando passam a ter contato com outros modelos de comportamento, que começam a questiona-los. Mas é na infância que o indivíduo estabelece sua forma de lidar com o mundo, com as angústias e com as emoções.
Junta-se a este modelo familiar descrito pela psiquiatra uma das características mais típicas dos adolescentes: o imediatismo. Com estes ingredientes está criado o ambiente onde a dependência química se instala. O adolescente está preocupado com o agora, e não com o daqui um ano, por isso, escolhem o prazer imediato em detrimento da saúde a longo prazo. Em um modelo familiar deste tipo, o adolescente não aprendeu a lidar com a tristeza, o cansaço, a frustração. Para aliviar os seus problemas, ele aprendeu que a saída é tomar um comprimido, beber alguma coisa, ou qualquer outra solução imediata que dê prazer e/ou alívio.
É muito comum o indivíduo experimentar o álcool ou qualquer tipo de droga em função do relacionamento familiar. A falta de atenção e amor dos pais para com o indivíduo, as constantes discussões entre os pais, a agressão familiar, a falta de compreensão, as regras e normas impostas (muitas vezes de forma excessiva), o excesso de liberdade, os locais e pessoas com aos quais os pais se relacionam, o excesso de cobrança de resultados nos estudos e no trabalho, o excesso de mimo, o uso de álcool e drogas dos próprios pais, são fatores que normalmente fazem com que haja fuga do indivíduo para grupos sociais onde a droga e o álcool são as “soluções dos problemas”.
Hoje, infelizmente dentro de nossas casas é comum ter bebida alcoólica, é comum os filhos verem os pais se divertindo bebendo em festas, viagens, churrascos, encontro familiar ou com amigos. A cabeça de uma criança diante dessa situação associa que o álcool é bom, pois os pais estão sempre alegres e felizes quando bebem, daí a curiosidade de experimentar e quando vai se dar conta já é um alcoólatra.
Diante deste cenário, a Clínica de recuperação Desintoxicação conta com unidades exclusivas para adolescentes, onde cada um será tratado conforme a droga que ele estiver consumindo, mas normalmente é necessário administrar outro elemento químico ou medicamento, para suprir a retirada repentina da substância habitualmente ingerida.
O tratamento reúne etapas importantes, tais como: desintoxicação; aplicação da Terapia Cognitivo-Comportamental, pela qual o paciente é levado a entender sua doença e mudar seu comportamento; e ressocialização, em que ele se prepara para reencontrar sua família, seus amigos, seu trabalho. Mostraremos a cada um, o seu verdadeiro potencial e assim, aumentaremos a confiança, autoestima e sucesso no tratamento.
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